Afinal, os 18km efetivos do plano diretor cicloviário da capital gaúcha são 17,6 quilômetros, divididos em três diferentes vias a serem concluídas ainda em 2008. É o que o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, anunciou ontem, de acordo com os jornais Zero Hora e Correio do Povo. (Confira o mapa do plano cicloviário, publicado na ZH de hoje)
Serão 7,8km de ciclofaixa nas avenidas Sertório e Assis Brasil, 6,6km de ciclovia na avenida Ipiranga, ao longo da margem do Arroio Dilúvio, entre a PUC e a av. Borges de Medeiros e mais 3,3 km na Av. João Antônio da Silveira, na Restinga. Esses trechos foram considerados pela prefeitura os que mais têm demanda, por já possuirem um considerável movimento de bicicletas. Na Av. Ipiranga, a capacidade é de haver 10 mil viagens diárias.
De acordo com o Correio do Povo, o prefeito externou sua preocupação em relação à continuidade do projeto no caso de mudança de governos, coisa que pode acontecer com as eleições de outubro.
Meus adendos: eleitoreira ou não, a execução dessas ciclovias é necessária, então mãos à obra. Eleito o Fogaça, os ciclistas cobrarão a execução de pelo menos mais uma parte dos 495km capacitados a receber ciclovias. No caso de não o elegermos, lembro a vocês que, sem discutir a capacidade ou competência da candidata Manuela D’Ávila, do PCdoB (cujo slogan de campanha à Câmara Federal foi: “E aí, beleza?”), é ela quem tem se pronunciado em Brasília sobre a questão cicloviária. Cabe tentar saber dos demais candidatos suas propostas para o tema e não votar em quem não inclui-lo em sua campanha, já que é uma necessidade que engloba meio-ambiente, educação e transporte.
Outro adendo vai para um trecho da matéria do Correio do Povo, que diz que: “Ela [ciclovia da Av. Ipiranga] deverá ser construída sobre a grama junto ao Arroio Dilúvio, sem invadir o espaço dos veículos”. Invadir? Bicicletas, motos e pedestres fazem parte do trânsito. Mesmo na ausência de uma ciclovia, as bicicletas têm o direito – e a necessidade – de estar nas ruas e serem respeitadas pelos condutores dos demais veículos, e vice-versa. Na verdade, a invasão está ocorrendo por parte das centenas de novos carros particulares que entram em circulação diariamente e que estão provocando um “enfarto” nas vias públicas, sem mencionar o desrespeito às leis, o estacionamento em locais proibidos e a total ignorância em relação ao pedestre que, sendo uma pessoa humana, deveria ter mais acesso ao espaço público que as máquinas cada vez maiores que ocupam áreas que mal dão conta de seu tamanho.
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